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O Estado
deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo – Oscar Wilde
(Escritor irlandês - 1854-1900)
A humanidade encontra-se em
crise em suas relações humanas. Diante de fatos corriqueiros e, por assim
dizer, cotidianos, os comportamentos são desvendados como as grandes crises nos
divãs dos psicanalistas. Conversas sérias passam despercebidas enquanto o
descaso e o desprezo pelos idosos, crianças, mulheres e homossexuais, além do
desrespeito mútuo, aceleram o processo de desigualdades e tomam o palco na
insustentável tragédia da vida. Poucos são os que conseguem escapar e não serem
notados ou sacrificados pela imposição sórdida dos que reclamam os dias de
glória e suas benesses para si.
Ouvem-se inverdades, correntes de incertezas, impulsos corruptíveis e
crises de consciência. Sim! Porque ainda existem consciências por trás desta
cortina de fumaça humana, quando poucos foram os que conseguiram escapar, como
os cita Oscar Wilde em sua lista preciosa de gênios quando escreveu A Alma do
Homem sob o Socialismo: Darwin, Keats, M. Renan, Flaubert.
As consequências implacáveis que assolam a vida dos indivíduos nesses
dias contemporâneos geram uma cadeia de interdependência forjada no egoísmo
supremo, advindo da insatisfação e do vazio que permeiam tais exigências - tão
passageiros quanto a cólera dos que não se sobressaem na ala das luzes da
sociedade.
Percebe-se que o olho no olho já não fala as mesmas palavras de
outrora, pelo contrário, revela-se ai a face temível e o ruído de palavras
não-ditas, desprovidas de humanidade. A exemplo, podemos tomar as levas de
crianças abandonadas e famintas nas ruas, que acordam já com a dor em seus
estômagos vazios, carentes de água, comida e esperanças de felicidade, a que
parece tê-las abandonado ainda no útero de suas mães.
Quando Oscar Wilde alude ao individualismo do ser, ele quer dizer que
as necessidades do homem necessitam do suprimento diário, para que possa viver
de forma digna e sublime, complementando as sutilezas de seu instinto puramente
espiritual e humano.
A busca pela felicidade é real e vista todos os dias estampada na cara
das pessoas; muitas são as teorias e livros escritos, cruéis receitas infalíveis
e conselhos corriqueiros. O segredo se encontra na individualidade de cada um,
no autodesenvolvimento, na busca suprema personalidade e do eu que se submeterá
o indivíduo.
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