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sábado, 13 de julho de 2013

A crise das relações


Imagem: O Pensador_Rodin


 O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo – Oscar Wilde (Escritor irlandês - 1854-1900)

 A humanidade encontra-se em crise em suas relações humanas. Diante de fatos corriqueiros e, por assim dizer, cotidianos, os comportamentos são desvendados como as grandes crises nos divãs dos psicanalistas. Conversas sérias passam despercebidas enquanto o descaso e o desprezo pelos idosos, crianças, mulheres e homossexuais, além do desrespeito mútuo, aceleram o processo de desigualdades e tomam o palco na insustentável tragédia da vida. Poucos são os que conseguem escapar e não serem notados ou sacrificados pela imposição sórdida dos que reclamam os dias de glória e suas benesses para si.

Ouvem-se inverdades, correntes de incertezas, impulsos corruptíveis e crises de consciência. Sim! Porque ainda existem consciências por trás desta cortina de fumaça humana, quando poucos foram os que conseguiram escapar, como os cita Oscar Wilde em sua lista preciosa de gênios quando escreveu A Alma do Homem sob o Socialismo: Darwin, Keats, M. Renan, Flaubert.
As consequências implacáveis que assolam a vida dos indivíduos nesses dias contemporâneos geram uma cadeia de interdependência forjada no egoísmo supremo, advindo da insatisfação e do vazio que permeiam tais exigências - tão passageiros quanto a cólera dos que não se sobressaem na ala das luzes da sociedade.

Percebe-se que o olho no olho já não fala as mesmas palavras de outrora, pelo contrário, revela-se ai a face temível e o ruído de palavras não-ditas, desprovidas de humanidade. A exemplo, podemos tomar as levas de crianças abandonadas e famintas nas ruas, que acordam já com a dor em seus estômagos vazios, carentes de água, comida e esperanças de felicidade, a que parece tê-las abandonado ainda no útero de suas mães.

Quando Oscar Wilde alude ao individualismo do ser, ele quer dizer que as necessidades do homem necessitam do suprimento diário, para que possa viver de forma digna e sublime, complementando as sutilezas de seu instinto puramente espiritual e humano.

A busca pela felicidade é real e vista todos os dias estampada na cara das pessoas; muitas são as teorias e livros escritos, cruéis receitas infalíveis e conselhos corriqueiros. O segredo se encontra na individualidade de cada um, no autodesenvolvimento, na busca suprema personalidade e do eu que se submeterá o indivíduo.

                                                                           *  *  *

Um comentário:

  1. Pati, que lindo texto, revelar de uma indubitável força do sentir e do desejo de mudar.

    Saudades...

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