Imagem: do Filme, Le fabuleux destin d'Amélie Poulain |
Gosto de viajar, de conhecer
lugares, pessoas, culturas diferentes - essa curiosidade pelo novo é o que me
joga num impulso frenético em busca do ainda desconhecido: paraísos intocáveis,
imaginados, vistos nos ares virtuais, capas de revistas, documentários ou
reportagens distantes; países ou cidades que foram palcos de guerras,
revoluções, que possuem paisagens exuberantes, praias desertas, monumentos
históricos, arte, gastronomia, música e múltiplas linguagens faladas, sentidas
e interpretadas.
Tenho gosto por tendências
espalhadas no mundo – quando vemos não imaginamos quando nem que horas vão
chegar e mexer com a gente, mas levamos muita coisa quando vamos embora, muitas
histórias que precisam ser compartilhadas, acompanhadas de vinho e amigos.
Várias
gerações passaram por avalanches de opções que mostram os catálogos e tours que
estão sempre se oferecendo para todos os tipos e gostos - só resta saber se é o
momento certo para escapar da realidade e dar um pulinho lá onde tudo é
diferente e todas as coisas e pessoas possuem trejeitos culturais próprios,
claro que, para senti-los, é melhor se distanciar das levas de turistas que
lotam os restaurantes, bares, museus, lojas tradicionais, monumentos, igrejas, cemitérios,
prédios seculares e outros lugares exclusivos – isto mesmo! aventurar um
turismo mais alternativo, sem roteiros definidos, talvez a intuição dê conta
dos novos percursos.
Fico fascinada com Paris,
a queridinha “Cidade Luz”! Me atiça sua história, sua cultura, seu mundo das
artes, a vida dos seus personagens que puderam se vestir de muitas roupagens de
épocas e transgredir. Gostaria de escrever um livro sobre Paris, mesmo sabendo
que existe uma avalanche de publicações no mundo todo, das luzes ao submundo
parisiense.
Também adoro Roma, faria
um ótimo “Para Roma com Amor”, como fez Woody Allen, transgrediria no seu
tempo, choraria na chuva fria do outono, visitaria o coliseu todo verão,
tomaria muito vinho e comeria pastas italianas nas trattorias espalhadas pelas suas ruas de pedras e prédios ocres.
Mas a geração que me
surpreende sempre que leio algo ou viajo é a génération perdue ou geração perdida, criada por Gertrude Stein e vivida pelos artistas e boêmios
da Paris da primeira metade do século XX.
Ernest Hemingway conta que foi numa oficina mecânica, por conta de um
rapaz (ele havia servido na guerra) que não realizou perfeitamente o conserto
do Ford modelo T de “Miss Stein”, como ele a chamava. Por conta disso, Stein
reclamou da forma que foi atendida pelo funcionário da garagem para o patrão,
que teria chamado os novos jovens de “geração perdida”. Stein logo concordou
com a falta de respeito e compromisso com o trabalho e tomou emprestado o termo
que fez muitas pessoas vivê-lo intensamente em Paris, de boulevard dans le boulevard, tête à tête.
Imagino todos os lugares
que podem existir no mundo e são infinitos como as possibilidades das nossas
mentes - criamos mundos constantemente, não dá para conhecê-los em milhares de
vidas! Se eu tivesse que escolher para viver, escrever e perambular passaria
uns bons tempos em Paris; decidi isso quando senti o cheiro do Paris é uma
festa, de Hemingway.
Essa
é apenas uma fatia de uma geração que posso viver dentro dos livros - chego a
ficar imersa por horas, imaginando como é viver dentro de uma época. E a que
está aqui, agora, o que faço com ela? Gosto de contá-la, como vejo, penso e vivo
nela.
***
incrível Patrícia. sou seu leitor, amigo e fã. Sucesso para você e muitas viagens e pensamentos para compartilhar.
ResponderExcluirRafael @ecoturis
Adoraria também escrever sobre Paris, mapeando todas os quitutes, queijos e vinhos... todas as delícias que tem por ali... ahhhhhh
ResponderExcluirBj Sandra