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sábado, 9 de novembro de 2013

Retalhos de cotidianos

Imagem: Sebastião Salgado-ateliê de Thierry Mugler em Paris



Entre Ideias&Atos, estreando a coluna Retalhos de Cotidianos na Revista Divulga Escritor, nov de 2013.

 Entre Ideias&Atos nasceu da vontade permanente de escrever, do delírio que não se afasta ao visualizarmos atos em nossas elucubrações interiores. Não é só transpor palavras para o papel ou no espaço branco da página do Word, mas é infinitamente mais trocar ideias, expor algo que desaglutina ou veste o dia – é, com toda certeza, chamar o leitor para conversar alguns assuntos que serão abordados aqui, ainda que o amigo leitor ou amiga leitora não se identifique, discorde ou tenha alguma crítica a fazer, positiva ou negativa, estarei aqui para recebê-la, refletir e bater um papo.
Pois bem. De início até desejei postar uma coluna feminina que abordasse os assuntos mais variados possíveis, que povoam o cotidiano e a alma da mulher, suas indecisões, suas escolhas e, interessantemente, seu estado de certezas e incertezas do seu mundo contemporâneo, ou melhor, seu leque pós-moderno de sensações particulares.
Mas, diante das inesgotáveis pautas diárias de assuntos que se acomodam em todas as conversas para todos os gêneros e gostos, que surgem na mesa da cozinha, no reflexo do corpo e suas marcas no espelho do quarto e que levamos para o boteco ao final de um longo dia de trabalho, quero mostrar um dia-a-dia mais povoado de tudo o que se pode imaginar, relatado através da literatura e seus tons variados.
Gostaria de falar longamente sobre algumas mulheres que se imortalizaram na literatura como Simone de Beauvoir, Clarice, Lispector, Florbela Espanca e Virginia Woolf. Elas sim! souberam dar o tom da vida e aprenderam desvendar as angústias femininas no diálogo, não só de mulher para mulher, mas exerceram influência, provaram dissabores, pensaram, argumentaram e permearam a vida dos homens com seus encantos e a força das suas palavras: não tinha homem que não se rendesse!
Viajavam, participavam de clubes, debates, rodas de conhecimento, escreviam para jornais e revistas importantes da época. Andavam sozinhas, pensavam acompanhadas, tinham homens em suas vidas, observavam o mundo que flutuava com afinco aos seus redores e atraiam olhares voluptuosos que queriam se expor em seus dias como o clímax de uma peça de teatro ou uma novela dramática.
Elas criaram um fluxo de consciência filosófico, político, cultural, psicológico, e acima de tudo, humano. Talvez esse fosse o meio de se afastarem da vida ou causarem um distanciamento de si para conhecerem o íntimo ainda desconhecido, irretocável ou incontável, pois não havia explicação, a verdade maior. E, sempre deram destaque aos temas polêmicos em suas obras: o amor, a paixão, o sentimento, o prazer, a vida, a morte e o que mais queriam com suas andanças que se cruzavam e se multiplicavam dentro de homens e mulheres. Suas biografias autorizadas publicadas em livros ou virtuais estão aí para contar!
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