Translate

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A cor da volúpia



 
Imagem: Marilyn Monroe

Vermelho. Acho intenso demais, pode nos invadir sem demora; uma cor que esbanja adjetivos e sensações de volúpia que muitas vezes pode levar ao desespero, quando se traduz em sangue ou na sua minuciosa simbologia.



Quando penso em representação da vida, penso também nas cores. Em tudo elas existem, são partículas de vida. Vão de um bloody mary gelado à tonalidade do vinho que alimenta nossos sentidos.



Posso ainda falar mais que isto! Quando se vê, em sonho, um cavalheiro ofertar seu coração vermelho-sangue, tenro, palpitando mãos molhadas, o que se pode querer do dia seguinte? Não sair de casa, correr pelos espaços da imaginação e dar voltas pelo mundo interior em busca de algum resquício revelador daquele ato.



Meus sonhos são intensos - é como se uma parte de mim - a mais completa -mergulhasse numa viagem todas as noite em busca da continuação das viagens que fiz por outros universos paralelos, não importa o tempo, elas sempre retornam. Os roteiros são improváveis, mas sempre vejo construções em púrpura, decorações que abusam do vermelho; são cores que mudam a tonalidade, mas permanecem fetiches inescapáveis.



Também me vejo em vermelho, no calor do meu corpo, faces ruborizadas, um misto de intensidade. Definir tudo isso de uma vez só é muito perigoso.



 



***



 

Um comentário:

  1. Eu me lembrei que cores...,não existem,Dizem que elas são todas branco em si,que filtradas talvez por nossos olhos,pelo nossos desejos..viram cores.Isso me faz lembrar,como Narciso,que espelhamos em tudo nosso estro.Somos portanto seres criadores,de nós mesmos,e também até das cores.Temos delas imagens sinestésicas.,que vem de algo estranho e coletivo.O azul por exemplo lembra mar,nos faz pensar em coisas como sonhos.E nesse ensaio em telas de miragens,parece impossível descrever,o coração,o fogo ou a paixão,sem o vermelho sangue que merece,

    ResponderExcluir