Interrogações além-do-homem
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Van Gogh's room at Arles |
O que mais atiça a capacidade humana em suas expressões, ou
seria, o que mais tira o sono insaciável do homem?
Assim começa o texto com uma delicada interrogação complexa,
mutável, ambígua, que depende de abstrações e do lado mais subjetivo que se
pode explorar.
Tal é o homem, como indivíduo, ser, essência, o
além-do-homem, assim nos apresentou o filósofo Friedrich Nietzsche. Sua questão
é com a profundidade e os conceitos de bem e verdade, que são perseguidos pelos
homens a vida inteira. Essa busca é verdadeira ou apenas uma máscara que usamos
o tempo todo para provar que em nós existe algum resquício de bondade ou pudor?
Ou será a mera fantasia de descobrir o princípio de tudo - do universo, de onde
viemos, para onde iremos-, dentre infinitas fronteiras que tentamos escapar ou
burlar suas verdades estabelecidas.
Teorias e conceitos isentos de verdade não conformam, apenas
prendem o homem aos seus diálogos de fantasias e os promovem em seus sonhos
banais cotidianos como: quero comprar a casa dos sonhos; minha roupa é melhor que a de
"cicrano"; quero o celular do momento; conseguirei o lugar de
"fulano" na empresa, e tantas outras aspirações desse tipo,
professadas pelos humanos escavadores da verdade, o que, na realidade, é uma
agrura entre o bem e o mal, o grande jogo que perpetua na humanidade. Esta,
que, com sua evolutiva racionalidade permite que seus iguais sejam esmagados
pelas suas armas em
comum. Assim, são banidos da existência como seres que
permitiram ações e estados como a violência, a fome, a soberba, a cobiça, o
açoite e a fúria dos mais fracos. Mas não é só isso! Além disso, proclamaram os
anacronismos como o amor, o carinho, a paixão, a generosidade, a humildade, e
inúmeros sentimentos que inflam o ego humano de uma bondade supérflua.
É possível transitar entre estas visões e interrogações além
do homem, além de si, como indivíduo dotado de razão e instintos?
Por não encontrar respostas plausíveis diante de tantas
certezas, conceitos e teorias estabelecidas como verdades continuo
metamorfoseando todas as minhas formas de existir.
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