Sinto tocada pela vida
que pesa em minhas mãos, não a trago no peito, mas nas mãos que acariciam e
movem minhas perguntas que se espalham maliciosas dentro de mim. Não sei por
que vivo, por quem, por que estou aqui, é como ser uma pessoa inventada, sem luzes,
encantos, flashes da noite. E o que mais desejo é a noite, quando ela vem já
estou preparada, deixo a porta entreaberta, só esperando aflita sua chegada.
Penso nas pessoas que não
sabem ou fazem demais das suas vidas, enchem suas mãos de sucessivos suspiros e
goles desregrados, não sei para que servem as regras a esta altura, não me
importa quem fala das quedas, tenho medo que meus pés pisem forte demais este
chão frio e doentio que crava as pessoas como uma forma de confissão. O que
tenho para falar é dos meus medos e segredos, e que não interessam a ninguém,
por tanto tempo, desde que eles existem. Como viver assim, como vivo?
É ela que vai, segue
firme, com tantos planos, cheia de realizações. Por que julgam, por que fazem
questão do desfile, das poses, do status? sinto informar, não faço a mínima
questão, aliás, não tenho nada a dizer, não adianta mesmo machucar egos
imprudentes, que não entenderiam nenhuma parte, do início ao fim, talvez até ficassem
estatelados diante dos seus egos inúteis, eles podem acabar algum dia, eu
penso.
Apontam como se tivessem
uma arma de guarda, um lapso nas palavras reais que machucam, sabem apenas do
pouco de onde vem suas notas sussurradas, mas não sabem nunca o que dizem, pois
machucam algo disfarçado que não está seguro.
E enquanto penso que sou
apontada, o que não me importa muito, mas talvez modifique algo dentro de mim, é
o que espero, pois não passa pela minha cabeça algum dia deixar minha
sensibilidade de lado, mesmo com coisas aparentemente tão insignificantes - é
que o mistério reside em tudo parecer que tem um significado, uma interpretação
ou uma luz complexa.
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