As filosofias ensinam a importância de perceber a si mesmo, não como
mero expectador da carne humana, morna, mas como um conceito de existência
ampliado, o que causa prazer ou produz seu elo antagônico.
Entender, compreender, buscar, acima de qualquer concepção são verbos
contingenciais, sem os quais o espírito humano cairia no vazio do não pensar.
Tais “estados verbais” são os resultados das descargas que compõem a matéria e
perfuram a alma. Afinal, seríamos diferentes se fôssemos abstraídos das
profundas durezas e arrebatamentos da carne? Ou existiria algum modo ou um
estado de simplesmente não o pensar?
As trevas reproduzem-se das entranhas do pensamento. Nada tão profundo,
ilusório e tão correto! A ideia de fantoches assombrados já foi lançada há
muito tempo, e não há uma só boca ou mente insana que a derivação anterior não
tenha originado um mundo fantasmagórico.
Há
conceitos e desafios lógicos? Algo tão explicável, palpável, porém, que seja
tão impenetrável, desconcertante e irascível? Existe aqui uma semelhança
plausível e digna de comparações com o inventário do maquinário da alma do
homem. Assemelha-se apenas a um motor descabível e ludibriante, quando
reconhecemos o peso de uma realidade desenfreada.
Existe uma corrida para e além de tudo, em que algo relativo deixa de
existir. O alicerce da alma desconhecida arma-se em forma de prisão. Seria a
libertação de um modo de existência tremendamente insatisfeito? Ou a retaliação
da carne? A isto se segue o devaneio estupefato que surge ao fim do dia,
escaldando o que de mais sólido esperneia em nossas consciências.
És sujeito? Tens gênero? Razões depreciativas? Logo, atira-te de cima
de um penhasco ou morres a ferro quente! Lançarias mão de alguma sentença
denunciadora do encanto do teu espírito? Ou cairia de tuas mãos a prova do
elemento de morte que sangra, agora, aos teus pés?
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